domingo, 13 de dezembro de 2015

Décima quarta alegoria

e se de repente
escorridas
as armas
cansadas do riste
pendidos
os braços
líquidos de chão
longe
o olhar
limpo num sonho
teimoso de não querer
acordar
alegre da tristeza
esquecida

e se de repente
os braços de novo
erguidos em afeto
agora
as armas de novo
firmes como pão
agora

e se de repente
sepultada
a luta ressuscitada
a seiva luz
na treva sombra
no clarão harmonia
no mundo
todo

e se de repente
sorriso
perdão
compaixão
amor

e se de repente
deus
o homem
feliz

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